FBC utilizou suas empresas, "para branqueamento de ativos", diz PF

Em relatório entregue ao STF (Supremo Tribunal Federal), a Polícia Federal apontou que investimentos totais de R$ 911 mil feitos pelo senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) em uma de suas empresas são "absolutamente incompatíveis com seus rendimentos declarados às fontes oficiais e nas declarações prestadas" pelo próprio parlamentar à PF.
Para os investigadores, há "fortes indícios" de que o senador utilizou duas de suas empresas, a Excelsus Participações e a Manoa Empreendimentos e Serviços Ltda., "para branqueamento de ativos, dentre os quais aqueles oriundos das vantagens indevidas solicitadas e recebidas das empreiteiras envolvidas nas obras" de construção da refinaria de Abreu e Lima entre 2010 e 2011.
O investimento ocorreu entre janeiro e dezembro de 2010. Em janeiro de 2011, Coelho tornou-se ministro da Integração Nacional do primeiro mandato do governo Dilma Rousseff. Para a PF, os dados coletados na investigação "apontam para intensa e suspeita atividade financeira" do senador.
O relatório, assinado pela delegada Cynthia Fonseca do Nascimento, foi concluído no último dia 8 e tornado público no início da noite desta quarta-feira (17). Ele integra o inquérito aberto no STF como desdobramento da
Operação Lava Jato. A polícia indiciou o parlamentar por supostos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O indiciamento ainda será analisado pela PGR (Procuradoria Geral da República), a quem cabe denunciar ou não o parlamentar ao STF.
Em depoimento à PF, Coelho havia afirmou que entre 2010 e 2015 obteve uma renda mensal média de R$ 40 mil a R$ 50 mil, proveniente do salário como ministro do governo Dilma e de um investimento que mantinha em Petrolina, um hotel. Além disso, afirmou que uma das empresas de seu irmão repassou à sua mulher cerca de R$ 18,9 mil mensais para "reforçar o orçamento familiar".
Porém, segundo a PF, as duas empresas pertencentes a Bezerra Coelho, a Excelsus e a Manoa, "não possuem efetivas atividades, já que não foram registradas movimentações de funcionários, não possuem sede própria e a modéstia do local declarado como endereço comum para ambas é incompatível com as movimentações financeiras detectadas, muitas das quais sequer registradas nos órgãos oficiais".
Em manifestações anteriores, a defesa do senador Fernando Bezerra (PSB-PE) afirmou que o senador não participou da coordenação da campanha de Eduardo Campos ao governo de Pernambuco em 2010 e nem à presidência em 2014. Disse também que depoimentos colhidos em delação premiada não são por si meio de provas.

@lingua

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