A diferença está no acesso a oportunidades. diz Julio Lossio


Por Júlio Lóssio*
Essa semana um vinho, o Testardi, produzido no vale do São Francisco, região semiárida brasileira, ganhou prêmio de melhor vinho nacional, na seleção Top 10 Nacional realizada na Expovinis.
Um aspecto importante para a sua qualidade é o fato de os nossos vinhos possuírem uma quantidade maior de antioxidantes (Resveratrol).
Mesmo tendo sido importadas de outras regiões, pelo excesso de exposição solar, nossas videiras desenvolveram um mecanismo natural de proteção.
O ser humano, também como as uvas do vale, durante milhares de anos esteve exposto a altas doses de radiação solar, de forma que desenvolveu em seu organismo os pigmentos de melanina para proteção de sua pele. Assim nasceu a raça negra.
Vendo os jogos olímpicos onde homens e mulheres medem suas capacidades de desempenho físico, percebemos o grande impacto da desigualdade histórica da humanidade.
Os negros, historicamente escravizados e explorados, ainda são os mais pobres e marginalizados.
Mas, olhando os resultados olímpicos, percebemos que não são menos capazes.
Nas piscinas, nas quadras de tênis, quase não se vê um negro medalhista. Aos atletas mais pobres e, como dissemos, em sua maioria os negros são mais pobres, piscina e quadra de tênis são raramente acessíveis.
Já nas provas de atletismo, os negros estão sempre em destaque, exatamente porque, desde cedo, mesmo as crianças mais pobres podem correr livremente pelos campos e praças.
Fica claro que a grande diferença não está na capacidade determinada pela origem ética ou pela cor da pele.
A diferença está no acesso a oportunidades.
A desigualdade estará sempre presente, contudo, não pode ser um destino dos menos abonados.
A desigualdade deve ser consequência do maior ou menor aproveitamento das oportunidades.
Um dia, quando todos tiverem a mesma escola, a mesma oportunidade, a desigualdade não desaparecerá, mas a justiça reinará.
*Prefeito de Petrolina pelo PMDB

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